Friday, May 19, 2006

Berenzovski

Dias atrás, amigos de José Dirceu questionaram as informações, que fui o primeiro a dar, sobre a chegada ao Brasil, em um jatinho, do mafioso russo Boris Berenzovski, condenado a 20 anos na Rússia por golpes financeiros na Aeroflot e na maior empresa russa de petróleo, com ordem de prisão na França, Suíça e outros países, foragido na Inglaterra sob a proteção de Tony Blair e patrão do iraniano Kia da MSI, que arrendou o Corinthians lavando dinheiro.

A Interpol descobriu que ele estava usando o nome de Platon Yelenin. Sumiu do hotel sem levar as malas, trocou de hospedagem e, preso oito horas na Polícia Federal, alegou ter autorização do governo para vir ao País e participar da compra da Varig ou entrar em negócios de petróleo e energia.
Contei que seu contato no Brasil era o ex-deputado José Dirceu, hoje metido em diversificados e notórios negócios.

Agora, no seu prestigiado blog, o Fernando Rodrigues, da "Folha", revelou que, na semana de 4 de maio em que o Corinthians perdeu para o River Plate no Pacaembu, Berenzovski estava hospedado em uma casa perto do estádio e Dirceu esteve três vezes com ele.
Dirceu

E mais. Na próxima semana, Berenzovski estará de novo no Brasil, sempre acolitado por José Dirceu, para encaminhar uma consulta ao Comitê Nacional para Refugiados no Brasil, no Ministério da Justiça, perguntando se pode viver aqui. Quer transferir para o Brasil sua condição de fugido.

O que ele não diz é que está apavorado com a possibilidade de seu protetor Tony Blair, cuja campanha financiou em troca do asilo, perder de repente a chefia do governo inglês, e a oposição fazer com ele o que fizeram com Pinochet: prendê-lo e devolvê-lo à Rússia e seu presidente Putin.
A "quadrilha" do Mensalão tinha chefe e chefão. Agora tem patrão.

Sebastião Nery
(Tribuna da Imprensa, http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=nery#, 19/5/2006)