Saturday, July 15, 2006

Cessa pressão de Bush pela democracia na Rússia

O presidente norte-americano George W. Bush recuou no Sábado de um confronto público com o Presidente Vladimir Putin a respeito da democracia russa, assumindo um compromisso de não censurar o líder de Kremlin, informou a Reuters. Em uma conferência da imprensa, os dois deixaram claro que discutiam suas diferenças em particular sobre as quais os críticos dizem estar diminuindo as liberdades civis na Rússia, e em seus comentários públicos foram cautelosos nesta questão.

Com Bush necessitando de ajuda da Rússia para pressionar o Irã e a Coréia do Norte para abandonar as armas nucleares, e com a violência crescente do Oriente Médio, as pendências sobre democracia não apareceram em destaque em suas conversas como quando se encontraram na Eslováquia no ano passado.
Bush disse que o tema surgiu no jantar deles na noite de Sexta-feira. "Eu falei sobre meu desejo de promover mudança institucional em partes do mundo como no Iraque, onde há liberdade de imprensa e de religião, e eu disse-lhe que muitas pessoas em nosso país, você sabe, esperariam que a Rússia fizesse a mesma coisa," declarou Bush.
Ele acrescentou rapidamente: "Eu compreendo plenamente, entretanto, que haverá uma democracia do estilo russo. Eu não espero que a Rússia se pareça com os EUA. Como Vladimir apropriadamente me fez lembrar ontem, 'nós temos histórias diferentes, tradições diferentes.'"
Putin agarrou-se à referência ao Iraque. "Nós naturalmente não queremos ter uma democracia como aquela do Iraque, para sermos honestos", disse impassivo em meio aos risos de uma platéia de intérpretes de russo. Quanto à tradução da observação de Putin, Bush exclamou; "Espere."
As organizações não-governamentais russas falam que sua habilidade de operar livremente sem a interferência do estado tem sido drasticamente reduzida por uma lei aprovada este ano e apoiada pelo Kremlin. Washington juntou-se à censura da lei.
Masha Lipman, editor do jornal Carnegie Moscow Center´s Pro et Contra, escreveu no The Washington Post Sábado que "recentemente o governo russo tem recorrido a ações políticas que lembram muito aquelas usadas há três décadas na União Soviética."

Bush encontrou-se com um número de militantes dos direitos russos na Sexta-feira e disse que ele iria retransmitir as preocupações deles sobre restrições a liberdades civis a Putin.

"Olha, ele está disposto a ouvir, mas ele também me explica que não quer alguém lhe dizendo como governar," Bush disse no Sábado.
Stephen Hadley, Conselheiro Nacional de Segurança disse que Bush por diversas vezes mencionou a Putin seus encontros com ativistas de direitos, incluindo uma ou duas questões específicas que eles levantaram.
Putin disse em coletiva de imprensa: "Ninguém sabe mais melhor do que nós como fortalecer nosso próprio estado. Nós sabemos muito bem que não podemos fortalecê-lo sem desenvolver a democracia. E naturalmente faremos isso. Nós faremos isso de modo independente."
Antes das tratativas de Bush, o senado dos EUA aprovou por unanimidade uma resolução que pedia a Bush e aos outros países do G8 conscientizar o Presidente Putin que suas tentativas de atrasar o relógio da democracia são inaceitáveis.

MOSNEWS

(MosNews, http://www.mosnews.com/news/2006/07/15/bushputinupd.shtml, 15/07/2006)