Tuesday, May 15, 2007

Fracasso judicial de Charlton pode abrir precedente no Caso Tevez

Matt Scott e Paul Kelso

The Guardian

O Charlton Athletic fracassou em seu recurso ao Tribunal Superior no início da temporada o que abre um precedente ameaçador a uma solução da Premier League sobre o caso Carlos Tevez.
O clube do sudeste de Londres tentou anular o julgamento da comissão disciplinar de futebol e a decisão do Tribunal Superior terá um impacto direto nos esforços do assim chamado "bando dos quatro" clubes que contestam a falha em punir o West Ham com uma perda de pontos.
O caso dos Hammers esteva para ser reaberto ontem à noite, quando o programa “Inside Sports” da BBC transmitiu detalhes da carta, datada de 27 de abril, na qual aparecia, muito tardiamente para resolver, a controversa posse compartilhada no contrato de Tevez. A carta, enviada ao jogador, pela Media Sport Investment e pela Just Sport Inc, ambas de Kia Joorabchian, dizia: "Nós, por meio desta, notificamos você que o acordo particular (assim como as emendas, variações, modificações e substituições) por este instrumento está encerrado com efeitos imediatos e não terá mais força ou reflexos".
O caso do Charlton foi decidido por Justice Simon na divisão comercial do Tribunal Superior, em janeiro. Isto desafiou as prerrogativas da Associação de Futebol em estender a suspensão de um jogo de Osei Sankofa, por sua expulsão contra o Arsenal, para duas partidas, pois seu apelo teria sido "pífio".
O juiz entendeu que recursos de processo contra entidades desportivas devem ser limitados. "Eu não desejaria ter que decidir nunca para que o Tribunal tenha que intervir neste tipo de caso", disse. "No entanto, estas situações provavelmente serão totalmente excepcionais".
O impacto da decisão é como se a Corte tivesse que ser convencida da "total excepcionalidade" da natureza de um recurso no Caso Tevez, adicionando uma primeira barreira à ação legal, mesmo que o Sheffield United, o Wigan, o Charlton e o Fulham acreditem que possuam forte argumento contra o regimento da Premier League, e que estejam determinados a contestá-lo.
O proprietário do Wigan, Dave Whelan, reivindicou que Tevez, o qual ontem à noite teria assinado sua transferência por £30 milhões de libra ao Real Madrid, não poderia ser adequadamente reinscrito depois de o West Ham ter sido multado. Ele disse que a liga artificialmente "tinha criado uma nova janela (de transferências)". O Wigan perdeu de 3 a 0 apenas 24 horas depois de a comissão de julgamento decidir que a Premier League pode anular o registro de Tevez.
"Eu não acho que exista qualquer possibilidade de reverter a decisão, mas nós ainda acreditamos que Tevez está jogando ilegalmente ", disse Whelan.
Os quatro clubes optaram por não avisar a Premier League ontem, sobre os próximos passos que irão tomar, com reportagens não confirmadas declarando ser de até sete as acusações contra a Premiership, com graves deúncias sobre o julgamento de Tevez, mas o diretor geral da liga, Richard Scudamore, conversou com todos os 20 clubes numa tentativa de intermediar a paz. Ele lhes informou que hoje enviaria uma carta expondo a posição da Premier League e esclarecendo os assuntos que ele acha que foram "mal interpretados". Ele também declarou sua intenção de detalhar em uma correspondência prévia a Whelan e ao presidente do Sheffield United, Kevin McCabe, pormenores do novo contrato de Tevez.
Satisfazer Whelan é improvável e suas considerações se voltaram contra a pessoa de Scudamore, ontem. "Isto é demais para se aceitar que (Scudamore) fez um bom trabalho na renegociação (dos acordos de transferências)", o presidente do Wigan disse. "Eu sempre o respeitei. Mas, neste caso, quero que ele seja um pouco mais sincero, assuma a responsabilidade e admita que estava errado. E faça as coisas direito.
"O West Ham deveria ser rebaixado e isto até a próxima quinzena", disse. “£5,5 milhões de libras parecem muito, mas não são nada em termos do que eles vão ganhar na liga. Minha compaixão morre com o Sheffield United, porque fora tratado mal, muito mal e continua a minha luta para conseguir reintegrá-lo, por mim, pelo Fulham, pelo Charlton e pelo Middlesbrough."
Alguns dos argumentos de Whelan parecem ter sido arrogância, no entanto, o chefe executivo do Middlesbrough, Keith Lamb, declarou que seu clube não seria parte em uma ação legal contra a liga.

(The Guardian, http://football.guardian.co.uk/News_Story/0,,2079678,00.html, 15/05/2007)