Monday, April 17, 2006

Patarkatsishvili fala do rompimento com as autoridades

Badri Patarkatsishvili, influente magnata financeiro e da mídia, disse em uma entrevista ao jornal russo “Kommersant”, publicada em 17 de abril, que, apesar de sua condição de empresário lhe ser "mais agradável", para ele isso não significa que não entrará para política "amanhã, ou até mesmo hoje.”

Proprietário da “Kommersant Publishing House”, na Rússia, e da emissora de televisão “Imedi”, na Geórgia, ele foi entrevistado, em Londres, pelo jornal russo menos de um mês depois de ter criticado as autoridades georgianas por terem pressionado seus negócios e sua estação da televisão.

"Eu continuo apoiando a trajetória, que foi declarada pelas autoridades georgianas, após a Revolução Rosa, mas a forma e os métodos recorridos pelas autoridades para conseguir seus objetivos não inspiram esperança que estas metas serão atingidas", disse ele ao “Kommersant”.

Ele, mais uma vez, criticou as autoridades de uma tentativa "de encobrir" o caso do assassinato alto executivo Sandro Girgvliani. "Se as autoridades não são capazes de proteger a vida de um cidadão e, além disso, estão tentando encobrir um crime, para mim estas não são mais as autoridades as quais eu, junto com milhões de Georgianos, acreditávamos há dois anos", disse Patarkatsishvili.

Patarkatsishvili disse que tinha boas relações com as atuais autoridades da Geórgia "e que Zurab Zhvania contribuiu muito por isto." Disse também, que a comunidade empresarial georgiana "era uma das principais forças de manobra por trás da Revolução Rosa."

Ele disse que seu protesto começou a crescer a partir "da morte misteriosa" do ex-primeiro ministro Zurab Zhvania e acrescentou que o assassinato de Sandro Girgvliani e "a tentativa de encobrir" este crime foi um ponto crítico.

Patarkatsishvili disse que uma das razões por trás da disputa entre ele e as autoridades georgianas é que "eles não me querem engajado na política."

Disse ainda que "as autoridades querem que a Imedi TV cubra os eventos, porque lhes convêm."

"O fato de possuir a “Imedi TV”, a qual, ao mesmo tempo influencia a formação da opinião pública, já significa que estou envolvido na vida política do país. A política não me dá tanto prazer quanto os negócios, mas não significa que amanhã, ou mesmo hoje, eu não entrarei na política e ninguém tem o direito de me proibir de fazer isto", disse Patarkatsishvili.

Disse também que não está "com medo da experiência de Mikhail Khordokovsky" – ex-presidente da “Yukos”, empresa petrolífera russa, que está cumprindo, atualmente, oito anos na prisão russa após ter sido condenado por fraude e evasão de impostos.

"A experiência de Khordokovsky, muito pelo contrário, me ajuda", acrescentou Patarkatsishvili.

(Civil Georgia, www.civil.ge/eng/article.php?id=12360, 17/04/2006)