Monday, May 01, 2006

O passeio do russo

A partir de amanhã, passada a letargia do feriadão que também acomete a imprensa, deverá render a passagem de Boris Berezovski pelo Brasil, na última semana.
Autorizado pelo Itamaraty a entrar no país como asilado político, e com o nome de Platon Yelenin, já se sabe que ele esteve na Petrobrás e com altas autoridades brasileiras em Brasília.
Petrobrás pode remeter ao Flamengo e remete, certamente, aos negócios de Berezovski que ficou com boa parte do petróleo no processo de privatização da ex-União Soviética.
Assim como ficou a estatal de aviação, a Aeroflot, e, agora, pensa na Varig.
O episódio pode gerar um incidente diplomático com o governo russo, cuja embaixada se mobilizou para tentar fazer com que fosse cumprido o mandado de prisão internacional, via Interpol, que há contra o magnata.
Há quem afirme que também esteve hospedado no hotel Unique, em São Paulo, o parceiro de Berezovski, o também milionário, georgiano, Badri Patarkatsishvili.
E ninguém entende por que todos (eram oito pessoas) saíram às pressas assim que a notícia da presença da comitiva foi dada, neste blog e na rádio CBN, já que tinham autorização do governo brasileiro para aqui estar.
Em ano de eleições, fiscalização crescente sobre gastos de campanha e com a presença imediata do deputado estadual Vicente Cândido (PT-SP) no hotel, assim que a notícia vazou, para garantir que não haveria prisões, o episódio é um prato cheio.
Funcionário de Berezovski e presidente da MSI-Corinthians, Kia Joorabchian, como o presidente do clube, Alberto Dualib, garantem que não sabiam da presença do russo no país e até agora não há nada que os desminta.
Mas um dos principais assessores de Dualib, hoje em litígio com Joorabchian, sabia.
E Renato Duprat é incapaz de guardar segredo por muito tempo.
(Blog do Juca, http://blogdojuca.blog.uol.com.br/, 01/05/2006)