Saturday, April 28, 2007

West Ham Quer Processar a Antiga Administração


Equipe da Premiership se esforça para escapar da dedução de pontos
Aldridge, diretor administrativo acusado de 'mentira deslavada'


Matt Scott
The Guardian

O West Ham United estava examinando, ontem à noite, as possibilidades legais de processar o ex-presidente do clube, Terry Brown pela multa de £5,5 milhões de libras imposta ao clube ontem pela Premier League, devido aos contratos de Tevez e Mascherano.

Uma comissão independente presidida por Simon Bourne-Arton QC aplicou a maior sanção financeira da história do futebol inglês, embora não tenha imposto uma dedução de pontos. O West Ham ainda não decidiu se vai apelar, mas isso o colocaria sob risco de uma penalidade de pontos e está considerando que uma ação civil contra a antiga administração seja mais apropriada.

O clube da Premiership foi considerado culpado por agir de má fé em seus contratos diante da Premier League, violando a regra do dispositivo B13 e levando uma multa de £ 3milhões de libras, pelos contratos ilegais que permitiram a entrada de terceiros para "influenciar suas políticas ou desempenho da equipe", ato proscrito na regra do dispositivo U18, incorrendo em £2,5 milhões de libras em multas.

Uma dedução de pontos foi considerada desproporcional por causa de sete circunstâncias atenuantes, a mais notável é o apelo do clube de que o culpado seria o próprio diretor financeiro, Nick Igoe, que trouxe os contratados ilegais Javier Mascherano e Carlos Tevez para trabalhar em Upton Park, chamando a atenção das autoridades. Embora tenha sido afirmado na sentença que "o registro de Tevez pode ser encerrado pela Premier League", isso será evitado se o West Ham entrar em um acordo de empréstimo semelhante ao esboçado pelas companhias Global Soccer Agencies e Mystere Services que permitiram que Mascherano fosse transferido ao Liverpool em janeiro. O prazo final para qualquer novo contrato ser fixado com a Premier League é hoje ao meio-dia.

O atual presidente do West Ham, Eggert Magnusson, e seus conselheiros se reuniram ontem à noite com representantes das companhias offshores que detinham os direitos de transferência de Tevez, a MSI Group e a Just Sports Inc., o que provavelmente assegura que será permitido que o goleador internacional da Argentina continue jogando para o clube até o final da temporada.

A decisão não vai afetar materialmente as chances do West Ham sobreviver na Premiership e espera-se que Tevez se destaque no Wigan esta tarde, mas a gigantesca multa foi destinada a compensar a descartada dedução de pontos. Também foi discutido ontem, numa reunião interna, como responsabilizar Brown, que recebeu mais de £30milhões de libras pela venda de sua parte de 36,6% de eqüidade no clube.

Não há nenhuma dúvida sobre como a comissão julgou os delitos do clube sob seu comando. "Somos da opinião de que as alegações são extremamente sérias, porque eles não chegaram apenas a quebrar as regras consideradas mais óbvias, mas também aquelas relacionadas à confiança dos membros da Liga, pois em nosso ver o clube foi responsável pelo ato de desonestidade e fraude", afirmou ontem a comissão independente no julgamento.

O veredicto isentou Magnusson de qualquer delito e ele acredita que isto abre as portas para a compensação da antiga administração. Brown, Paul Aldridge, o ex-diretor administrativo e Scott Duxbury, que permanece como o diretor executivo responsável pelos negócios legais do West Ham, foram considerados como estando "ansiosos para completar o registro dos jogadores no prazo final de 31 de agosto".

Como resultado, Duxbury foi colocado "sob considerável pressão dos seus superiores”. Duxbury, que "surpreendeu" a comissão com sua afirmação de que não estava ciente do conteúdo da regra U18, quebrada pelas transferências, foi julgado como tendo enganado o secretário geral da Liga, Jane Purdon, em conversas e correspondências conduzindo em seguida a transferência.

Mas foi a conduta de Aldridge, que deixou o clube depois da tomada de controle dos Icelanders em novembro passado, o que foi mais lastimado pela comissão. Ele foi culpado por ter ocultado documentos relevantes da Liga, mesmo lhe tendo sido solicitado para que expusesse tudo pelo diretor geral da Premier League, Richard Scudamore. Aldridge "garantiu categoricamente que não existia tal documentação". Isto, disse a comissão de julgamento, foi uma "mentira deslavada". Aldridge não entregou evidências à comissão e não atendeu às ligações ontem à noite.


(The Guardian, http://football.guardian.co.uk/News_Story/0,,2067445,00.html, 28/04/2007)