Sovietic News

Sunday, March 27, 2005

Luxemburgo congela contas ligadas ao escândalo de lavagem do Hapoalim.

Yossi Melman

Luxemburgo congelou diversas contas bancárias, totalizando mais de US$650 milhões, por suspeita de seu uso em lavagem de dinheiro pelo empresário russo-israelense Arcadi Gaydamak.

As contas abertas no Luxembourg Banque Sella, algumas registradas em nome de Gaydamak, outras em nome de várias corporações, foram congeladas a pedido de autoridades israelenses que estão conduzindo atualmente uma investigação extensiva em um escândalo internacional de lavagem de dinheiro concentrado no Banco Hapoalim.

As autoridades da França fizeram também um pedido similar ao ministro da justiça de Luxemburgo. O caso foi revelado na sexta-feira (25/3/5) no diário Luxembourg Tageblatt e confirmado por fontes de Israel.

Fontes israelenses alegam ainda que Gaydamak é suspeito de retirar o dinheiro de sua conta no Banco Hapoalim após ser avisado por altos funcionários do banco sobre a investigação e, então, transferiu os valores para outro país, possivelmente os Estados Unidos. De lá, Gaydamak remeteu o dinheiro para a conta de Luxemburgo usando nomes de empresas. Em uma entrevista a Haaretz na última semana, Gaydamak explicou que retirou US$120 milhões de sua conta no Banco Hapoalim devido a um atrito com um "chantagista". Explicou que a investigação é parte de uma conspiração política da França contra ele. Gaydamak insistiu também que não tem nenhum envolvimento com lavagem de dinheiro. "Eu nego plenamente os relatórios," Gaydamak disse ontem de Moscou ao Haaretz por telefone. "Eu não tenho nenhuma conta em Luxemburgo ou neste banco. Eu não estou por trás de nenhuma conta que supostamente pertença a companhias offshore”, disse. O Ministério da Justiça de Luxemburgo confiscou diversos milhões de dólares norte-americanos em contas do Banque Sella, relatou o jornal Tageblatt. Diversos documentos, apreendidos também pelas autoridades, foram enviados a Israel. "O Ministério (da Justiça) recebeu e atendeu a um pedido das autoridades de Israel dentro do contexto de uma investigação de lavagem de dinheiro ligada a uma organização criminosa", afirmou um promotor público de Luxemburgo referindo-se ao caso. As autoridades de Luxemburgo disseram também que o confisco das contas bancárias pode ser objeto de uma investigação separada.

No início deste mês, órgãos de investigação congelaram contas pertencentes a 18 agências de Hayarkon do Hapoalim, totalizando US$376 milhões, e interrogaram 24 funcionários graduados e gerentes de agências e de fundos de investimento. A polícia também invadiu os escritórios do milionário Vladimir Gusinsky, um dos proprietários do jornal de Maariv, como parte da investigação. Os agentes suspeitam que centenas de milhões dos dólares foram lavados na filial do banco.

(Haaretz, http://www.haaretz.com/hasen/spages/557072.html, 27/03/2005)