Sovietic News

Friday, June 02, 2006

Chelsea paga US$ 30 milhões por nigeriano desconhecido

John Obi Mikel, 19, irá atuar ao lado do atacante ucraniano Andriy Shevchenko e do meia alemão Michael Ballack na temporada 2006/07 do futebol europeu.
LONDRES - O bilionário russo Roman Abramovich voltou a atacar. O dono do Chelsea fechou nesta sexta-feira a contratação do meia nigeriano John Obi Mikel, 19, do norueguês Lyn Oslo, pela quantia de US$ 30 milhões (cerca de R$ 68 milhões).
O Manchester United é que rendeu mais com esta negociação, uma vez que o jogador já havia assinado um pré-contrato com o clube em abril de 2005. Ele, no entanto, alegou que foi pressionado para assinar com o time e que gostaria de ir para o Chelsea.
A transação só ocorreu depois que o Lyn aceitou ficar com apenas 15% do valor, enquanto o Manchester receberá 75% do montante.
"O pagamento não implica de nenhuma forma a aceitação das reivindicações e foi feito apenas para que Mikel possa reiniciar a sua carreira", disseram as duas equipes em um comunicado oficial. "Todas as partes acordaram que não haverá mais comentários deste acordo ou sobre qualquer alegação ou reivindicação".
Na temporada 2006/07 do futebol europeu, John Obi Mikel, que é pouco conhecido no mundo do futebol, irá atuar ao lado do atacante ucraniano Andriy Shevchenko, do meia alemão Michael Ballack e do avante marfinense Salomon Kalou, todos contratados pelo time londrino nas últimas semanas.

(Estadão, http://www.estadao.com.br/esportes/futebol/noticias/2006/jun/02/367.htm, 02/06/2006, 21h37)

Thursday, June 01, 2006

Magnata russo prepara-se para construir império do aço

Por Robin Paxton
MOSCOU (Reuters) - Roman Abramovich deve liderar a construção de uma siderúrgica russa gigante, que pode incluir participação na companhia anglo-holandesa Corus, enquanto os magnatas do aço da Rússia aceleram o passo no cenário mundial.
Abramovich, o homem mais rico do país, está negociando com a siderúrgica russa Evraz Group a possibilidade de adquirir 40 por cento de participação na companhia, e um jornal disse nesta quinta-feira que o bilionário, dono do clube de futebol inglês Chelsea, também estava negociando com a Corus .
O jornal especulou que o acordo possa ser em troca de participação de 40 por cento na Evraz, a maior siderúrgica da Rússia em volume doméstico, que Abramovich está tentando comprar.
Os barões da siderurgia russa estão entre os homens mais ricos do país e têm despontado nas manchetes desde que o dono da Severstal, Alexei Mordashov, concordou em vender seus ativos para a Arcelor, em um acerto que lhe dá 32,2 por cento de participação na companhia combinada, que pode se tornar a maior siderúrgica do mundo.
Porta-vozes da Milhouse Capital, empresa que administra os ativos de Abramovich, e da Corus preferiram não comentar o assunto.
Notícias de fusão entre a Evraz e a Corus surgiram na mídia em março e analistas dizem que a parceria pode fazer sentido.
Mas o analista da Oriel Securities, Mark Hudson, afirmou que a Corus pode também estar de olho em outros países como Índia e Brasil, onde os riscos políticos de realizar negócios são menores do que na Rússia.
(Com reportagem adicional de Aleksandras Budrys em Moscou e Mark Potter em Londres)
REUTRS CM FG

Wednesday, May 31, 2006

A última de Zé Dirceu

Brasil

Agora, ele negocia a venda da Varig com milionário russo para pegar uma comissão - e financiar a própria bancada


Otávio Cabral

O ex-ministro e ex-deputado José Dirceu, seis meses depois de ter o mandato cassado sob a acusação de comandar o esquema do mensalão, está de volta à política como ele a entende - trabalha para obter dinheiro para sustentar campanhas eleitorais. No início deste mês, Dirceu teve três - nem um, nem dois, mas três encontros com o enroladíssimo magnata russo Boris Berezovsky, dono de uma fortuna avaliada em 10 bilhões de dólares. De acordo com um petista familiarizado com os negócios de Dirceu, o principal assunto entre o ex-deputado e Berezovski foi a Varig. O magnata russo vive exilado em Londres para fugir dos processos que sofre na Rússia por contrabando e lavagem de dinheiro e até da suspeita de ter cometido um assassinato. Seu fundo de investimento teria 1 bilhão de reais já destinado à compra da Varig. O papel de Dirceu, ainda segundo esse petista, é convencer o governo brasileiro a colocar 100 milhões de reais na transação por meio do BNDES. Se a influência de Dirceu no BNDES ainda for forte como costumava ser, há chance de o negócio prosperar.

"Finalmente o Dirceu vai conseguir trazer dinheiro de Moscou para o PT", ironiza o deputado petista que relatou a história. Os três encontros de Dirceu com Berezovsky ocorreram nos dias 2, 3 e 4 de maio, todos numa mansão no bairro do Pacaembu, em São Paulo, cedida pelo empresário Renato Duprat, que virou celebridade depois de levar à falência o grupo Unicor, empresa de planos de saúde. A idéia de Dirceu, conforme comentou com um interlocutor, é arrancar uma comissão de uns 20 milhões de dólares intermediando o negócio da Varig e, com isso, financiar a eleição de sua bancada. Isso mesmo: Dirceu está arrecadando dinheiro para eleger sua própria bancada. Nos seus planos, pretende financiar a campanha de dez candidatos à Assembléia Legislativa de São Paulo e onze candidatos a deputado federal, entre os quais figuram João Paulo Cunha, o dos 50.000 reais do valerioduto, e Angela Guadagnin, a passista do mensalão (veja a lista completa abaixo). Sem mandato, com seus direitos políticos cassados até 2015, e sem caneta para fazer nomeações, Dirceu aposta na eleição de amigos muito próximos para manter a influência no governo e dentro do PT.

No governo, o trânsito de Dirceu continua desimpedido. Antes do encontro nacional do PT, um mês atrás, no qual foi liberada a farra de alianças com os partidos mensaleiros, Dirceu esteve com o presidente Lula, na Granja do Torto. Discutiram a estratégia que deveriam adotar no encontro petista. Há duas semanas, Dirceu voltou a falar longamente com Lula, mas, dessa vez, o diálogo foi por telefone, e nada se sabe dele. O interesse de Dirceu na Varig, porém, já se espalhou pelo governo. Como vive exilado em Londres, fugindo de processos em sua terra natal, Berezovsky tem demonstrado interesse em mudar-se para o Brasil. Ele já deu o primeiro passo quando se tornou investidor do grupo MSI, que controla o futebol do Corinthians. Com os negócios, trouxe também suas suspeitas de maracutaias. Um dia depois de se reunir pela última vez com Dirceu, o magnata russo foi interrogado durante oito horas por dois procuradores do Ministério Público que investigam irregularidades financeiras na gestão do Corinthians pela MSI. Encerrado o depoimento, voltou para Londres em seu jato particular. Se depender de Dirceu, o russo estará de volta em breve nas asas da Varig.


A bancada do Zé

Cassado por comandar o mensalão, José Dirceu agora tenta criar uma nova maneira heterodoxa para manter alguma influência no PT e dentro do governo - o financiamento particular de campanha. Seu plano é conseguir dinheiro para ajudar nas campanhas de pelo menos onze deputados amigos. Confira a lista completa:

MAURÍCIO RANDS (PT-PE)
Foi um dos líderes do governo na CPI dos Correios. Sua função era atrapalhar as investigações

PAULO PIMENTA (PT-RS)
Teve que deixar a CPI do Mensalão após usar lista apócrifa de Valério contra os oposicionistas

LUIZ SÉRGIO (PT-RJ)
Ficou marcado por discursar em defesa da absolvição dos mensaleiros em todos processos de cassação

DEVANIR RIBEIRO (PT-SP)
Amigo do presidente Lula e linha de frente da defesa dos petistas mensaleiros, é assíduo no Alvorada

ANGELA GUADAGNIN (PT-SP)
Passista da pizza, foi condenada a devolver 10 milhões de reais por fraudes quando prefeita

EDUARDO VALVERDE (PT-RO)
Ficou famoso por agredir a senadora Heloísa Helena quando Daniel Dantas depunha na CPI dos Correios

JOÃO PAULO CUNHA (PT-SP)
Ex-presidente da Câmara, embolsou 50 000 reais do valerioduto, mas acabou absolvido

JOSÉ MENTOR (PT-SP)
Engavetou a CPI do Banestado, recebeu 120000 reais do valerioduto e escapou de perder o mandato

PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP)
Livre de cassação, foi acusado de dizer a fregueses de restaurante: "Vocês pagam minha conta"

PAULO ROCHA (PT-PA)
Sacou 920 000 reais de Valério e, com medo de ser cassado, renunciou

RICARDO ZARATTINI (PT-SP)

Como Dirceu, foi trocado pelo embaixador dos EUA seqüestrado em 1969


(Revista VEJA, http://veja.abril.uol.com.br, ed. 1.958, 31/05/2006)

OceanAir é aposta de analistas

Empresa já fez algumas propostas nos últimos anos
Mariana Barbosa

O fato de terem aparecido 11 interessados no edital de venda da Varig, se habilitando para o leilão do dia 5, não significa necessariamente que todos farão lances pela companhia aérea. "Interesse em obter informações todos têm", afirma o consultor Paulo Sampaio.
O empresário German Efromovich, da Ocean Air, é tido como o mais cotado para adquirir a empresa, segundo analistas e também pessoas próximas à Varig. Para Efromovich, que já fez algumas propostas pela Varig nos últimos dois anos, a aquisição representaria a grande chance de transformar a regional Ocean Air numa empresa de alcance nacional.

No mercado, circulam rumores que Efromovich estaria se associando ao empresário russo Boris Berezovsky para participar do leilão na segunda-feira. Procurada, a Ocean Air não comentou. Berezovsky, que vive exilado em Londres e é acusado de fraude em seu país, visitou a Varig em abril e fez uma proposta. Ele precisa, no entanto, de um sócio brasileiro, uma vez que a legislação brasileira limita em 20% a participação de estrangeiros em empresas aéreas.

Além do interesse pelo setor aéreo - Berezovsky já foi dono da russa Aeroflot -, os dois empresários fizeram fortuna com negócios na área de petróleo.

As empresas Gol e TAM, que se habilitaram ontem e teriam capital para concorrer ao leilão, não se interessam pelos ativos propriamente ditos da Varig. Ambas têm dado prioridade ao crescimento de seus negócios sem aquisições. Mas elas acompanham de perto os movimentos de eventuais interessados, uma vez que o sucesso ou o fracasso da Varig terá reflexo direto em seus planos de expansão.
Apesar de ter sido aquela que menos manifestara publicamente o interesse na Varig, a Gol foi a primeira, ontem de manhã, a retirar o edital do leilão.
De acordo com uma fonte próxima à Gol, seu presidente, Constantino Junior, está disposto a fazer de tudo para barrar o surgimento de uma terceira empresa com força no mercado. "O Junior está na 'cola' do Efromovich", diz a fonte. "Se ele entrar, a Gol entra."
A BRA, que também procurou informações sobre o leilão, não é tida como um forte concorrente por não dispor do capital necessário.
O consultor Paulo Sampaio chama a atenção para o fato de o edital do leilão permitir que credores utilizem seus créditos para adquirir a Varig, em tese abrindo espaço para associações de trabalhadores. Mas essas associações precisariam desembolsar US$ 75 milhões em 3 dias e US$ 50 milhões até 30 dias depois do leilão.
(O Estado de S. Paulo, Economia & Negócios, 31/05/2006)

Tuesday, May 30, 2006

Esposa se junta a Khodorkovsky na prisão

A esposa de Mikhail Khodorkovsky, magnata russo do petróleo, atualmente preso, iniciou na terça feira, uma visita prolongada a seu marido na prisão no leste siberiano, disse Maxim Dbar, um porta-voz da campanha pelos direitos de Khodorkovsky. Ela está planejando viver com seu marido na prisão por sete meses.
"Às 11:00 horas desta manhã, sua esposa e sua mãe entraram na prisão," contou Dbar à Agência Mundial de Informação-AFP.
Marina, mãe de Khodorkovsky, saiu algumas horas mais tarde, enquanto sua esposa Inna "permanecerá até 2 de janeiro" informou Dbar.
O casal permanecerá na área do presídio em um edifício especial para visitas prolongadas na prisão, com quartos individuais, mas cozinha e banheiro compartilhados, acrescentou o porta-voz.
É a segunda vez que a esposa e a mãe de Khodorkovsky puderam visitá-lo no presídio de Krasnokamensk desde que foi condenado a oito anos de prisão por crimes financeiros, em maio de 2005.
Khodorkovsky foi preso em 2003 como parte de uma enorme investigação nas atividades comerciais da sua companhia petrolífera Yukos, que os investigadores viram como politicamente motivadas.
Khodorkovsky, antigo homem mais rico da Rússia e fundador do império petrolífero Yukos, foi colocado, por diversas vezes, no confinamento solitário e sofreu de intoxicação alimentar na prisão. No último mês, seus advogados disseram que ele foi apunhalado no rosto por um outro presidiário. As autoridades prisionais informaram que Khodorkovsky tinha sofrido somente "um arranhão no nariz" durante uma discussão.
MosNews

Dirceu com a máfia russa

Ele estava numa sauna, em Moscou, em 1989, e foi "assediado por um grupo de homens também nus que o incitaram a fazer uma rebelião contra a estrutura do Partido Comunista soviético". Tempos depois, já presidente da Rússia, Boris Yeltsin confessaria: "Naquele momento na `banya' (sauna), mudei minha visão do mundo. Ali entendi que era comunista por tradição, por inércia, não por convicção".

Yeltsin era sobretudo um alcoólatra. Em 95, na campanha da reeleição (sempre a reeleição), Yeltsin precisava "fazer caixa" e resolveu privatizar todas as empresas estatais. Criou o programa "ações por empréstimo": "as estatais passavam ao controle acionário de empresários que, em troca, davam um dinheiro ao governo e acabaram ficando com as empresas todas".

E surgiu a "máfia russia". Da noite para o dia, apareceu lá uma dúzia de bilionarios a quem Yeltsin doou o país (um Fernando Henrique piorado): Khordokovski, "rei do petróleo", preso em Moscou; Abramovich, namorado da filha de Yeltsin, hoje o homem mais rico da Inglaterra, para onde fugiu; Berezovski, sócio de Abramovich, também fugido na Inglaterra; e outros.

Berezovski

Em 9 e 1º de fevereiro do ano passado ("O ouro sujo de Moscou") contei essa história toda aqui e como a máfia russa estava comprando o Corinthians com o iraniano Kia Joorabochian como testa-de-ferro.

Em 3 de maio deste ano, revelei que "o fantasma da máfia russa, Berezovski, desceu num jatinho em São Paulo, com o nome de Platon Yelenin, em viagem montada por José Dirceu, hoje metido em notórios negócios, para arranjar dinheiro da máfia russa para a Varig e a campanha do PT e de Lula".

No dia 19 de maio, revelei mais: "Berezovski, sempre acolitado por Dirceu, que esteve três vezes com ele, saiu às pressas do hotel sem as malas, foi preso oito horas pela Interpol e confessou que quer refugiar-se no Brasil".
Neste fim de semana, a "Veja" acordou e repetiu (bem) tudo que contei:

"A última de Zé Dirceu - Agora, ele negocia a venda da Varig com o enroladíssimo magnata russo Berezovski, exilado em Londres para fugir dos processos que sofre na Rússia por contrabando, lavagem de dinheiro e até de suspeita de assassinato. Quer pegar uma comissão de uns US$ 20 milhões e financiar a própria bancada (no PT). Está de volta à política como ele a entende: dinheiro. Quer convencer o governo a colocar R$ 100 milhões do BNDES na transação. Esteve com o presidente Lula na Granja do Torto".

Sebastião Nery

(DCI, 30/05/2006, p. A-10)