Os promotores russos ampliaram até 16 de dezembro a investigação no caso do magnata exilado Boris Berezovsky, acusado de tentar derrubar o governo, disse um advogado de defesa na segunda-feira.
Eles abriram um processo criminal contra Berezovsky, 60, que vive em Londres desde 2000 e recebeu asilo político em 2003, depois que disse a uma estação de rádio que estava planejando derrubar a administração do presidente Vladimir Putin.
"A investigação irá continuar como está até 16 de dezembro", Andrei Borovkov, que representa os interesses de Berezovsky, foi citado pela RIA Novosti como dizendo.
Um outro advogado que representa Berezovsky, recusou-se a comentar sobre o progresso da investigação, devido o segredo de justiça do cliente.
Em uma entrevista à estação de rádio Ekho Moskvy, em 24 de janeiro, Berezovsky, que tinha um papel importante no Kremlin, na década de 90, e que ajudou a levar Putin ao poder, antes de renunciar, disse que o presidente violou a constituição e que qualquer ação violenta da oposição estava justificada. "Isso inclui tomar o poder pela força, que é exatamente o que eu estou tentando fazer" disse ele.
As esperanças de conseguir a extradição de Berezovsky aumentaram e os promotores deram entrada em um outro pedido de extradição, depois que as autoridades britânicas condenaram suas declarações. Jack Straw, chefe da diplomacia britânica, criticou os comentários de Berezovsky em uma declaração em 23 de fevereiro.
"Eu estou ciente dos comentários feitos pelo Sr. Boris Berezovsky em uma entrevista em 24 de janeiro", disse Straw. "Advogar em favor de um golpe de estado violento é inaceitável, e eu condeno estes comentários integralmente." Straw advertiu também Berezovsky de que o governo britânico poderia rever seu status de refugiado político.
Os promotores russos reivindicaram previamente a extradição de Berezovsky em 2002, quando um pedido de prisão foi emitido com acusações de fraude na montadora de veículos AvtoVAZ. A acusação declarou também, Berezovsky o principal suspeito no desvio de grandes somas da Aeroflot, empresa estatal aérea russa, na qual ele possui uma participação acionária significativa. Entretanto, as autoridades britânicas rejeitaram o pedido de extradição da Rússia e Berezovsky livrou-se das acusações, como motivação política.
Berezovsky fez sua fortuna na turbulenta década de 90, com negócios de privatizações duvidosas seguindo o colapso da União Soviética. Seus recursos financeiros o ajudaram a subir ao poder e se tornar um confidente do Kremlin, aliando-se ao ex-Presidente Boris Yeltsin.
MosNews
(MosNews, http://www.mosnews.com/news/2006/08/28/berezprolonged.shtml, 28/08/2006)