Sovietic News

Saturday, April 28, 2007

Tevez: 'Não é minha culpa'

CARLOS TEVEZ diz ter consciência clara sobre a multa de £5,5 milhões de libras do West Ham: "Não é problema meu."

O contrato de Tevez foi considerado ilegal pela Premiership (principal liga do futebol inglês).

Tevez insiste que não perdeu o sono por causa da astúcia dos empresários.

Disse: “Meu agente me ligou da Argentina e me contou sobre a multa.”

Mas isto não é problema meu, é algo entre o clube e a Premiership.”

Não é minha culpa, porque eu sempre agi em fé boa. Os torcedores sabem disso e essa é a razão por que eles me amam.”

Desde minha transferência para o West Ham eu me preocupo somente com o jogo e em como posso dar o meu melhor à equipe.”

É uma situação complicada, mas estou seguro que tanto estes problemas quanto a má classificação da equipe na tabela não foram causados por mim, nem por Javier Mascherano.”

O West Ham, após investigação, confessou usar um terceiro interessado independente, quebrando regulamentos sobre transferências da Premier League quando assinou os contratos de Tevez e de Mascherano, vindos do clube brasileiro Corinthians no último dia da janela de transferências em agosto passado.

Os hammers não revelaram a Richard Scudamore, diretor geral da Premier League, que os direitos dos dois jogadores ainda pertenciam ao agente de futebol Kia Joorabchian e à empresa MSI.

Isso só veio à tona quando Javier Mascherano transferiu-se para o Liverpool em janeiro.

Os estatutos da Premier League proíbem a posse de qualquer jogador por uma terceira parte, que seria capaz de influenciar o desempenho de uma equipe.

Antes desta multa sem precedentes a mais alta já aplicada a um clube da Premiership somava £1,5 milhão de libras, tendo sido imposta ao Tottenham por ilegalidades financeiras em 1994.

As irregularidades do West Ham foram vistas como sendo tão graves que lhe foi exigido pagar surpreendentes £5,5 milhões de libras — embora o clube escapasse de uma perda de pontos.

Agora Tevez insiste que o clube deva concentrar-se em sua luta contra o rebaixamento.

Afirmou: “A equipe tem que deixar todos os outros problemas de lado e dar tudo de si para se manter na divisão principal da liga.”

Quero apenas que evitemos o rebaixamento e que o clube faça o melhor possível.”

A situação atual é complicada, futebolistas nunca sabem o que pode lhes acontecer no futuro. Agora mesmo, penso em continuar aqui se alcançamos a salvação permanecendo na divisão principal.”

Mas os rivais do West Ham na zona de rebaixamento estão furiosos. Uma importante fonte do Wigan disse: “É bastante inacreditável que o West Ham seja considerado culpado e que Tevez ainda se permita ter um grande discurso de competitividade.”

O oportunismo desta decisão só incentivará o West Ham — pensarão eles ter escapado das conseqüências dos atos e que são como uma grande pedra no nosso sapato. Oficialmente mordemos as nossas línguas neste momento pois nós não queremos desdenhar das uvas.”

Mas se nós os batermos, não será surpresa se alguém revelar todas as manipulações que envolvem o negócio.”

Não há nenhum meio de segurar o inquérito até a véspera da última partida da temporada, o jogo final entre West Ham e Manchester United.”

Eles nada fariam contra um Manchester — mas farão a um modesto Wigan.”

MARK IRWIN

(The Sun, http://www.thesun.co.uk/article/0,,2002390000-2007190598,00.html, 28/04/2007)

West Ham Quer Processar a Antiga Administração


Equipe da Premiership se esforça para escapar da dedução de pontos
Aldridge, diretor administrativo acusado de 'mentira deslavada'


Matt Scott
The Guardian

O West Ham United estava examinando, ontem à noite, as possibilidades legais de processar o ex-presidente do clube, Terry Brown pela multa de £5,5 milhões de libras imposta ao clube ontem pela Premier League, devido aos contratos de Tevez e Mascherano.

Uma comissão independente presidida por Simon Bourne-Arton QC aplicou a maior sanção financeira da história do futebol inglês, embora não tenha imposto uma dedução de pontos. O West Ham ainda não decidiu se vai apelar, mas isso o colocaria sob risco de uma penalidade de pontos e está considerando que uma ação civil contra a antiga administração seja mais apropriada.

O clube da Premiership foi considerado culpado por agir de má fé em seus contratos diante da Premier League, violando a regra do dispositivo B13 e levando uma multa de £ 3milhões de libras, pelos contratos ilegais que permitiram a entrada de terceiros para "influenciar suas políticas ou desempenho da equipe", ato proscrito na regra do dispositivo U18, incorrendo em £2,5 milhões de libras em multas.

Uma dedução de pontos foi considerada desproporcional por causa de sete circunstâncias atenuantes, a mais notável é o apelo do clube de que o culpado seria o próprio diretor financeiro, Nick Igoe, que trouxe os contratados ilegais Javier Mascherano e Carlos Tevez para trabalhar em Upton Park, chamando a atenção das autoridades. Embora tenha sido afirmado na sentença que "o registro de Tevez pode ser encerrado pela Premier League", isso será evitado se o West Ham entrar em um acordo de empréstimo semelhante ao esboçado pelas companhias Global Soccer Agencies e Mystere Services que permitiram que Mascherano fosse transferido ao Liverpool em janeiro. O prazo final para qualquer novo contrato ser fixado com a Premier League é hoje ao meio-dia.

O atual presidente do West Ham, Eggert Magnusson, e seus conselheiros se reuniram ontem à noite com representantes das companhias offshores que detinham os direitos de transferência de Tevez, a MSI Group e a Just Sports Inc., o que provavelmente assegura que será permitido que o goleador internacional da Argentina continue jogando para o clube até o final da temporada.

A decisão não vai afetar materialmente as chances do West Ham sobreviver na Premiership e espera-se que Tevez se destaque no Wigan esta tarde, mas a gigantesca multa foi destinada a compensar a descartada dedução de pontos. Também foi discutido ontem, numa reunião interna, como responsabilizar Brown, que recebeu mais de £30milhões de libras pela venda de sua parte de 36,6% de eqüidade no clube.

Não há nenhuma dúvida sobre como a comissão julgou os delitos do clube sob seu comando. "Somos da opinião de que as alegações são extremamente sérias, porque eles não chegaram apenas a quebrar as regras consideradas mais óbvias, mas também aquelas relacionadas à confiança dos membros da Liga, pois em nosso ver o clube foi responsável pelo ato de desonestidade e fraude", afirmou ontem a comissão independente no julgamento.

O veredicto isentou Magnusson de qualquer delito e ele acredita que isto abre as portas para a compensação da antiga administração. Brown, Paul Aldridge, o ex-diretor administrativo e Scott Duxbury, que permanece como o diretor executivo responsável pelos negócios legais do West Ham, foram considerados como estando "ansiosos para completar o registro dos jogadores no prazo final de 31 de agosto".

Como resultado, Duxbury foi colocado "sob considerável pressão dos seus superiores”. Duxbury, que "surpreendeu" a comissão com sua afirmação de que não estava ciente do conteúdo da regra U18, quebrada pelas transferências, foi julgado como tendo enganado o secretário geral da Liga, Jane Purdon, em conversas e correspondências conduzindo em seguida a transferência.

Mas foi a conduta de Aldridge, que deixou o clube depois da tomada de controle dos Icelanders em novembro passado, o que foi mais lastimado pela comissão. Ele foi culpado por ter ocultado documentos relevantes da Liga, mesmo lhe tendo sido solicitado para que expusesse tudo pelo diretor geral da Premier League, Richard Scudamore. Aldridge "garantiu categoricamente que não existia tal documentação". Isto, disse a comissão de julgamento, foi uma "mentira deslavada". Aldridge não entregou evidências à comissão e não atendeu às ligações ontem à noite.


(The Guardian, http://football.guardian.co.uk/News_Story/0,,2067445,00.html, 28/04/2007)

Wednesday, April 25, 2007

Matéria da TV inglesa sobre a morte de Alexander Litvinenko

Reportagem da TV inglesa sobre a morte de Alexander Litvinenko

Tuesday, April 24, 2007

Ascensão lembra a epopéia napoleônica

Gilles Lapouge*

Boris Yeltsin entrou para a história em agosto de 1991. Uma entrada fulgurante: ele projeta uma dessas belas gravuras que cada povo coleciona para destacar as grandes mudanças de rota do seu destino, Napoleão na Ponte de Arcole, Tiradentes...

Há alguns anos, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a poderosa, a aterradora URSS de Lenin, Stalin, Beria, Kruchev ou Brejnev se desfazia. Tendo sucedido a uma série de czares vermelhos, fatigados e impotentes, Mikhail Gorbachev tenta desesperadamente salvar o comunismo. Foi a fase da 'perestroika' e da 'glasnost'.

Mas quando um império das sombras e do terror se decompõe, é muito difícil frear a queda. A imensa URSS, consumida pela aversão, pelo cansaço e pelo poder crescente dos Estados Unidos e do Ocidente e pela esperança do papa João Paulo II, perde seus membros um a um, como um corpo atingido pela gangrena. Em 1989, o Muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria, cai sob o assalto da população. Um após o outro, os feudos esculpidos pela URSS no corpo moribundo da Europa Oriental despertam e se revoltam.

Gorbachev lutou como um demônio para retardar o colapso total. Mas, mal fechava uma brecha e um abismo se abria ao lado. Em agosto de 1991, esgotado pelo seu trabalho de Sísifo, ele vai passar alguns dias de férias na Criméia. No dia 19 de agosto, aproveitando a sua ausência, um grupo de 'golpistas' o bloqueia na Criméia e toma o poder em Moscou. Yeltsin, que na ocasião presidia a Federação Russa (a maior das repúblicas que formavam a URSS), se precipita para a Casa Branca (então sede do Parlamento russo) para impedir os amotinados. Coloca-se no meio da multidão, de pé em cima de um blindado, e ali faz um discurso inspirado.

Paralisados por essa aparição, os agitadores se dispersam. Dois dias depois, os chefes golpistas fogem. Gorbachev é libertado e volta a Moscou. Mas está politicamente morto. A URSS agoniza. Em 25 de dezembro de 1991, não existe mais oficialmente. Yeltsin se vê assim, automaticamente, na chefia de um novo Estado poderoso: a Rússia. Sua ascensão é digna do início da epopéia napoleônica. Mas a continuação será menos resplandecente.

Não é um país que ele governa, é um caos onde tenta, bem ou mal , instilar um pouco de ordem e bom senso, com pouco sucesso. Um de seus primeiros atos é criar a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que, uma vez extinta a URSS, ele tenta anexar o que restou dela, juntando à Rússia alguns dos antigos territórios tornados independentes, como Bielo-Rússia, Ucrânia, etc.

Em seguida Yeltsin se propõe a desmantelar o sinistro sistema econômico estatal criado por Lenin e Stalin. O capitalismo se precipita como uma torrente nos interstícios carcomidos da velha economia de funcionários públicos da URSS.

É um espetáculo fascinante: um exército de novos capitalistas formiga sobre o corpo potente mas desmembrado do antigo Estado soviético. Cada um consegue um pedaço do animal abandonado, agarra um poço de petróleo, uma mina, uma indústria. O capital do país é liquidado cegamente sob a forma de 'cupons' comprados a preços irrisórios. A população, que não entende nada dos mecanismos sofisticados da economia liberal, assiste, muda e consternada, a essa briga pelos despojos. Claro que os mais espertos conseguem ficar com a parte melhor.

E assim foi criada essa nova classe social, dos oligarcas, os grandes capitães de indústria, estilo Boris Berezovski ou Roman Abramovich, os magnatas do petróleo contra os quais, hoje, Vladimir Putin empreende uma guerra feroz.

Yeltsin foi o responsável pelo esquartejamento da riqueza russa? Certamente, pois estava no comando. Mas comandava um navio desmantelado e no meio de um ciclone. Todo mundo encheu os bolsos de dinheiro e ele foi o primeiro (possuía dois iates e uma 'villa' na França avaliada em US$ 13 milhões, além das contas em bancos grandiosos). Rumores? Acusações falsas? Em todo o caso, ao transferir o poder para Putin, em 1999, exigiu a promessa de que não seria feita nenhuma investigação sobre os seus bens.

Um outro fato grave pelo qual Yeltsin foi responsável: em 11 de dezembro de 1994, as tropas russas atravessam a fronteira da pequena república da Chechênia, no Cáucaso. Foi a maior operação lançada por Moscou desde a desastrosa intervenção do Afeganistão, em 1979. Por que essa investida? Sem dúvida existe uma inimizade ancestral entre russos e chechenos, qualificados em Moscou de bandidos. Mas Yeltsin, consciente de que seu governo estava à beira do desastre, precisava de uma guerra para provar ao povo que a Rússia ainda era uma superpotência às vésperas das eleições presidenciais. Dez anos depois, Putin continua a ensangüentar o povo checheno.

Essa foi a trajetória de Yeltsin. O percurso de um homem bêbado. Caprichoso como um czar, se enchendo de comida gordurosa, bebendo exageradamente, Yeltsin passa de uma doença para outra. Sofre vários ataques cardíacos em 1995 e 1996. Suas aparições em reuniões internacionais são patéticas e grotescas. Suas doenças o obrigam a delegar seus poderes aos seus primeiros-ministros. Por isso ele tem tantos. Entre março de 1998 e dezembro de 1999 foram cinco: Viktor Chernomyrdin, Serguei Kirienko, Yevgueni Primakov, Serguei Stepachin e, enfim, Vladimir Putin.

Em 31 dezembro de 1999, ele se demite do cargo, por razões de saúde. Seu sucessor, Putin, é o contrário de Yeltsin. Não tem nem o volume, nem os caprichos, as hesitações e as confusões dele. É uma máquina impressionante, formado pela KGB, que, em sete anos, conseguiu recolocar a Rússia entre os 'grandes' do mundo, estruturou a economia abandonada por Yeltsin e impôs o silêncio ao seu povo.

Desde sua aposentadoria, Yeltsin não interferiu mais na política do país. Tentou fazê-lo em setembro de 2004 advertindo seu sucessor contra um recuo da democracia. Uma advertência razoável. Mas, claramente, não aterrorizou Putin. Depois disso, Yeltsin permaneceu em silêncio. Os franceses o viam geralmente nos finais da primavera porque, apaixonado por tênis, assistia ao torneio de Roland Garros, um paquiderme vestido de branco, usando um 'chapéu panamá', como um aposentado da Flórida à vontade na Costa Azul francesa. Até ontem, quando seu coração, tão maltratado pelos excessos, pelo álcool e pelos remédios, acabou cedendo.

*Gilles Lapouge é correspondente em Paris

(O Estado de S. Paulo, Internacional, 24/04/2007)

Monday, April 23, 2007

Caso Litvinenko: Polícia Britânica Suspeita de Agentes Russos

A polícia britânica se prepara para emitir ordens de prisão contra três russos suspeitos do assassinato do ex-agente russo Alexandre Litvinenko, informou a agência de notícias France Press citando um artigo do jornal Mail on Sunday.

A polícia informou a fontes próximas à viúva do ex-espião, Marina, que os investigadores pretendem acusar três homens de envenenamento e assassinato, noticiou o Mail em sua primeira página.
Andrei Lugovoi, Dimitri Kovtun e Viatcheslav Sokolenko, são todos ricos empresários e ex-agentes da KGB, a extinta polícia secreta e agência de espionagem, eles se encontraram com Litvinenko três semanas antes de sua agonizante morte por envenenamento com Polônio-210 radiativo, em Londres no ano passado. Eles negam qualquer envolvimento com o caso.
O jornal Mail noticiou que a emissão das ordens de prisão, nas próximas semanas, iria prejudicar as futuras relações entre a Grã-Bretanha e a Rússia, a qual, quase certamente, vai impedir qualquer pedido de prisão e extradição.
A Inglaterra se recusou a atender as exigências de Moscou para extraditar o magnata exilado Boris A. Berezovsky, um crítico declarado do Presidente russo Vladimir V. Putin.
O Serviço de Procuradoria da Coroa (Crown Prosecution Service) que tem por missão apreciar as ações penais na Inglaterra e no País de Gales, informou ao Mail on Sunday que nenhuma decisão ainda tinha sido tomada sobre as acusações no caso de Litvinenko.
Alexandre Litvinenko, outro franco desafeto do governo de Putin, cujos sócios culpam o Kremlin por seu assassinato, morreu no dia 23 de novembro num hospital da capital britânica, aproximadamente três semanas após ter sido envenenado.
MosNews

(MosNews, http://www.mosnews.com/news/2007/04/23/poisonarrest.shtml, 23/04/2007)